domingo, 28 de novembro de 2010

Aqui tem Amor para Todos

Em 1999 fui com vários Rockers assistir ao show do KISS no Autódromo de Interlagos. A expectativa era enorme, mas o vexame foi maior ainda. De volta às máscaras após frutífero período como uma legítima banda de Heavy Metal, o KISS espremeu ainda mais a laranja dos velhos (e, reconheço, excelentes) sucessos com uma performance circense que não estava à altura. Até hoje tenho os óculos 3D daquele show; mas até hoje guardo a impressão que a bateria de Peter Criss era suspensa durante o solo para que ele não fosse apedrejado...

A curiosidade ficou por conta da Banda de abertura, o desconhecido RAMMSTEIN da Alemanha. Um heavy metal indescritível, ficamos pasmos e atônitos com a performance sado-couro-homo-labredas da Banda. E durante anos aquela noite foi motivo de chacota em uma 'private joke' entre nós que lá estivemos.

Passados 11 anos, o RAMMSTEIN está de volta ao Brasil, de volta a São Paulo para duas noites no VIA FUNCHAL nos dias 30/nov e 01/dez. Nos últimos dois meses aprendi a admirá-los a ponto de ter comprado TODOS os cds e dvds do grupo. Considero-os A Melhor Banda em atividade, lançando ótimos discos, com um enorme respeito pelos Fãs e apresentando um show excepcional - além, é claro, de música "headbanger" da mais alta qualidade.

A excursão se baseia no disco "Liebe Ist Für Alle Da" (LIFAD) de 2009, ou "Aqui Tem Amor Para Todos" em uma tradução bastante liberal e pessoal. Tocam 8 das 11 músicas do último disco (todos os discos do RAMMSTEIN têm 11 músicas), que é como acredito que deva se comportar uma Banda que se orgulha do material que lança.


Apresento e comento a seguir o setlist do show no Chile, que iniciou a excurão pela Südamerika no dia 25/nov. Caso queira verificar a performance, anexo um ou outro link - mas recomendo som de boa qualidade nas caixas, com reforço nos graves.

1. Rammlied ("Canção Ramm"; LIFAD 2009)
Várias músicas deles têm a palavra "Rammstein". Abertura do disco, e um excelente gig-opener. Certamente o VIA FUNCHAL irá abaixo, com minhas lágrimas descendo junto.
2. B******** (LIFAD 2009)
Palavra inventada. Uma das possíveis interpretações seria "Letra" (do alfabeto), o que neste caso geraria a tradução "L****".
3. Waidmanns Heil ("Saudação do Caçador", LIFAD 2009)Ou seja, a abertura do show é com 3 músicas do novo disco. O R+ não é como diversas Bandas que vivem de glórias passadas e que lançam discos novos somente como pretexto para mais uma excursão... para tocar toda aquela josta antiga uma vez mais!
4. Keine Lust ("Sem Tesão"; Reise Reise 2004)
Um dos melhores clips de todos os tempos. Foi indicado para MTV Europe Video Awards em 2005, e é descrito pela banda como "reflete nossa vontade de tocar, fora de todo o circo; algum dia no futuro vamos nos reencontrar apenas para fazer música juntos". O divertidíssimo, crítico e genial clip está em HD em:
http://www.youtube.com/watch?v=ytRQjrP4A0s
5. Weisses Fleisch ("Carne Branca"; Herzeleid 1995)
6. Feuer Frei! ("Abrir Fogo!"; Mutter, 2001)
7. Wiener Blut ("Sangue Vienense", LIFAD 2009)
8. Frühling in Paris ("Primavera em Paris", LIFAD 2009)
Inclui trecho de "Non, je ne regrette rien", gravada por Edith Piaf.
9. Mein Teil ("Meu Pedaço"; Reise Reise 2004)
Baseada em história real de homem que colocou anúncio na internet, conheceu uma garota, seduziu-a, matou e canibalizou. "Você é o que você come... este pedaço é meu!" Trouxeram para a Südamerika a encenação de palco original, com o vocalista Till vestido de açougueiro, microfone-facão e um enorme caldeirão cozinhando Flake, o tecladista - contra quem ele dispara um lança-chamas. Pessoalmente considero uma performance visual excessivamente "Mamonas".
10. Du Riechst So Gut ("Você cheira tão bem"; Herzeleid 1995)
11. Benzin ("Gasolina"; Rosenrot 2005)
"Eu não preciso de amigos, nem de cocaína / não preciso de médico e nem de medicina / não quero uma mulher, só quero vaselina / me dê nitroglicerina, eu quero gasolina!". Incendiária! Uma boa oportunidade para conhecer a movimentação "Tillhammer" do vocalista está em:
http://www.youtube.com/watch?v=ccu21wGUSgU
12. Links 2 3 4 ("Esquerda 2 3 4")O antológico clip das formigas headbangers. O nome se refere a um hino de marcha militar. O número 2 (zwei) é aqui pronuncido em sua forma arcaica "zwo" (danke shön, Herr Potamus!); alemães costumam usar a pronúncia zwo ao telefone para não confundir zwei (2) com drei (3). Música com resposta gritada da platéia enlouquecida. Em:
http://www.youtube.com/watch?v=_sIxD_hyx1I
13. Du Hast (Sehnsucht, 1997)
A tradução dos trocadilhos contidos na letra seria longa demais para este espaço; pesquise! O próprio nome da música soa como "You Have", mas se pronuncia "You Hate" (du hasst).Por muito tempo acreditei que "Sweet Child O' Mine" seria o último grande clássico gravado na história do Rock. Mas Du Hast é irresistível, a "Bohemina Raphsody" do R+. Para ouvir ao vivo chorando emocionado, e depois poder dizer: - "Eu vi "Du Hast" ao vivo!".
http://www.youtube.com/watch?v=7I7gUmq2E3w&playnext=1&list=PLAE34AE5CD16D7BF1&index=23
Por incrível que pareça esta é a única música que tocam daquele que é (merecidamente) reconhecido como o melhor álbum do R+, "Sehnsucht".
14. Pussy (se você não sabe o que é, não sou eu quem vai explicar!; LIFAD 2009)
Sobre turismo sexual. "One size fits all"! Utilizam várias palavras alemãs de conhecimento geral, para ressaltar os clichês das cantadas (Merzedes-Benz und Autobahn, Blitzkrieg, Schnaps, Kopf, Bratwurst, Sauerkraut). O clip é completamente pornográfico, hardcore sem pudor, e quando o vi pela primeira vez estava com Papai & Mamãe! Quando acabou a execução explícita ficamos em silêncio por alguns segundos, até que Papai comentou:
- "É... Não faltou nada!"
A versão disponível no You Tube é censurada: as cenas de sexo explícito - que são muitas - estão fora de foco. A única opção para ver o original está no site onde a música foi lançada, em:
http://www.thegauntlet.com/)
15. Sonne ("Sol"; Mutter 2001)
16. Haifisch ("Tubarão", LIFAD 2009)
Refrão baseado na música ("Mack the Knife") da ópera "Die Dreigroschenoper" (The Threepenny Opera) de Bertolt Brecht e Kurt Weill.
17. Ich Will ("Eu Quero"; Mutter 2001)
Incendiadora de multidões. Vídeo imperdível no You Tube:
http://www.youtube.com/watch?v=b6I28pPgffA
18. Ich Tu Dir Weh ("Eu te machuco", LIFAD 2009)
Proibida na Alemanha, é um highlight do último disco.
19. Te Quiero Puta! ( Rosenrot 2005)
Brincadeira genial e irresistível. Cantada em espanhol com uma mulher gritando "ai, qué rico!" ao fundo enquanto Till canta "dáme, dáme tu calor", mistura rumba e hardcore e é um encerramento perfeiro para um show em Südamerika. Torçamos para que a executem também no Via Funchal.



O tecladista Flake não navega mais sobre a multidão em um bote salva-vidas ao final do show porque relata já ter se machucado muito fazendo isto, inclusive com ossos quebrados. (Uma idéia simples, um belíssimo momento de integração músico/platéia no encerramento do show em Berlin está em:
http://www.youtube.com/watch?v=j5cU_BEqS8Q)

Do Brasil seguem para NYC, onde se apresentam no Madison Square Garden no Dia do Engenheiro. O símbolo do show é a Estátua da Liberdade... segurando uma tocha em chamas!

Graças ao R+ estou querendo passar 2 meses em Berlin estudando Deutsch. E, claro, para tentar assistí-los Live Aus Berlin.

Sempre fui extremamente exigente com Música, e há muitos anos não me entusiasmava tanto com uma Banda. Se você tiver a oportunidade de comparecer, asseguro que não vai se arrepender. É claro que é necessário ter bom humor, mas isto é necessário para curtir qualquer coisa na vida. Será fácil me localizar nos shows: um grisalho com camisa da seleção alemã. Ich hoffe dich da zu sehen!

(nov/2010)

sábado, 2 de outubro de 2010

Metal Progressivo

Li certa vez que "o Heavy Metal é o hobby dos fãs de Rock Progressivo, e o Progressivo é o hobby dos Metaleiros".

Concordo. Em muitos trechos de suas músicas as Bandas Progressivas descambam para a pancadaria. E da mesma forma muitos trechos do Metal são verdadeiras suítes progressivas.

Sempre fui um Progressivo, com o Metal como hobby.

Mas de um (bom) tempo para cá, o Rock Progressivo é que se tornou meu hobby...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Quizz: Por quê não são os outros membros do RUSH que cantam?

Após o estrondoso sucesso do Quizz "Quem é o verdadeiro Geddy Lee?", o Blog GEDDY LEE É VIADO? lança seu novo quizz:

- PORQUE NÃO SÃO OS OUTROS MEMBROS DO RUSH QUE CANTAM, AO INVÉS DO RECONHECIDAMENTE INSUPORTÁVEL GEDDY LEE?

Prêmio: Um par de protetores de ouvido para o show do Rush no Morumbi em 08/out/10!

Até o momento já contamos com duas respostas-participações:

RAMMARTINSTEIN: Porque Alex Lifeson e Neil Peart são mudos!
ALWAYS ROCKER: Porque ao contrário do Geddy Lee, eles têm senso de ridículo!

Envie sua resposta ou cadastre-a diretamente no Blog.
Sua participação é muito importante para nós!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Mas, Manoel, e o cheiro?!?...

Dizem que os Homens gostam de Mulheres em roupas de couro...

... porque tem cheiro de carro novo!!!

Será verdade?

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Pérolas da ABUSADA

A Revista ABUSADA eventualmente publica pérolas em sua capa (já no interior vão as ostras). Por exemplo, uma expressão ANTOLÓGICA criada por eles foi "losango com orelhas"... Lembro ainda de uma "ESPOSAS INSATISFEITAS: como ajudar???"

Apresentamos abaixo algumas amostras (com as respectivas edições):
(67) DANIELA: Leite Quente e Rosquinha pela Manhã
(64) CARNAVAL: Suzana, destaque na Mangueira
BIANCA com bananas e uvas
(61) SUZY RIOS espetada ao molho branco
SODOMIA: veja como se faz!
(55) BIG MACKY: provou, não esquece!
ERIKA: com BIC, educando a bacurinha
Tudo sobre a Ferramenta
(53) Sodomia: Bruna Ferraz faz Au, Au!
(51) Filha única e Mãe viúva: todas no mesmo saco
GORDINHA: maioria é tarada!
(49) Sodomia lubrificada não dói nada
(47) BUMBUM SKOL: desce macio e redondo
(46) SUZY: noiva dá o buquê
(43) SODOMIA: muito gel faz chupitar
PERFORMANCE: consolos para lassear
(42) Surubalada!
(Festa 3) TESTE DO SOFÁ: resultado sai no ato!

E finalmente uma matéria de capa de exemplar que vi recentemente nas bancas:
"COMPROVADO:
DAR O CUZINHO
ALARGA OS QUADRIS
E DEIXA O BUMBUM REDONDO!"

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Backstage Pass

RHANA ABREU
CANECÃO RJ, 30 de julho de 2010

GGF sempre disse que iria tocar no palco do Canecão (RJ) quando fizesse 50 anos.

Sua idéia era contratar uma Banda - os Titãs, ou talvez o Skank - para o show principal. E ele com amigos faria um show secundário, de abertura. Convidaria outros amigos para cantar. Há anos me perguntou o que eu cantaria no Canecão em seus 50 anos, o que me fez pensar: Cheap Trick? The Cars? Golden Earring? Mas até parece que eu não o conheço...

Há males que vêm para o bem. GGF quase quebrou a perna jogando futebol, e precisou operar o joelho. Inerte na cama, optou por aprender a tocar decentemente a guitarra que já arranhava. E o fez por intermédio da obra e graça de RHANA ABREU e sua Banda. Quando ficou bom (da perna, não na guitarra) foi convidado a tocar alive on stage aqui e ali, uma vez ou outra, em uma ou outra música, só para sentir o gostinho. Mas ele gostou do gostinho e foi fundo no Business. Começou a empresariar a Banda e a se dedicar mais às aulas. Assumiu o posto de guitarra base. A Banda foi crescendo, e ele junto. Open airs. Lançamento de CD. Programa do Jô. Troca de formação. Acústicos. Até que, no mês de seu cinqüentenário... um convite para tocar no Canecão!

Na condição de fotógrafo amador, ganhei backstage pass com acesso a camarins e Palco. E pude presenciar na totalidade um evento marcante para quem tem Rock nas veias e sinapses. As entrevistas com Rhana e Banda nos camarins. Os músicos dando os últimos retoques em seus instrumentos no palco, por trás da cortinas fechadas, eu lá, ouvindo o ruído da audiência de mais de mil pessoas do outro lado do pano. Rhana convoca todos para orar. Concentração... anunciação... e o show começa. Estou no palco, minha alma não cheira a talco, estou concentrado nas fotos e pouco consigo acompanhar o show, o foco é só no visual. Mas dá para perceber o amadurecimento de GGF na guitarra e de Rhana como frontwoman. A única vez que os havia visto fora 1 ano antes em um open-air em Cambuquira tumultuado por bêbados que desfilavam na boca do palco e pediam aos gritos:
- "Toca Raul!"
- "Toca Zé Ramalho!"
- "Toca Pink Floyd!"

Como vivemos em um País onde os direitos de poucos se sobrepõem aos de muitos (e assim 200 pés-rapados conseguem interromper o trânsito na Via Dutra, ou então 200 pés-rapados conseguem bloquear a Avenida Paulista, e assim por diante) os 8 bêbados conseguiram tumultuar um puta show ao ar livre. Mas não hoje: por mais que esteja concentrado nas fotos não consigo conter o entusiasmo nas versões ARRASADORAS de "Ovelha Negra", "Ideologia" e "Que País é Este", durante o set 'Homenagem'. É curioso: estas versões destas músicas são muito superiores às originais, e também àquelas feitas por outros intérpretes, o que me leva a concluir que NÃO É a qualidade das versões que faz o sucesso de uma Banda...

Após o show volto aos camarins do Canecão, que estão em festa. Belas e decotadas Sereias, muitos músicos, amigos e penetras. Pai & Mãe de Cazuza estão lá, e recebem uma procissão de fãs e admiradores do poeta que foi meu porta-voz, e pelo visto de muita gente; algo como Maria e José recebendo caravanas de fiéis após a morte de seu Filho. Me juntei às conversas, contei coisas que tinha visto Cazuza fazer ao vivo nos mais de 30 shows dele que vi, e ouvi ótimas histórias também.

Às 3 da manhã estou conversando com o filho de Rhana no palco vazio do Canecão deserto. Às 4 estou com GGF na Pizzaria Guanabara no Baixo Leblon. Ele sempre falou que iria tocar no Canecão quando fizesse 50 anos. E sempre falou também de um outro plano ainda mais audacioso e estratosférico, que não tenho dúvidas que vai se realizar. Quando isto ocorrer, aqui será registrado.

Provavelmente quando ele fizer 60 anos...

(ago/2010)

Machine Sublime

VIVE LA FÊTE
COMITE CLUB, Baixo Augusta, São Paulo, 05 de agosto de 2010

Há vários anos espero para ver um show da dupla belga VIVE LA FÊTE ao vivo. Quase cancelei a subida ao Campo Base do Everest em outubro de 2008 quando soube que iriam tocar em São Paulo naquele mês: afinal, o Everest continuaria lá, mas não sabia quando conseguiria ver o VLF novamente...

Finalmente consegui presenciar o espetáculo de eletronic-dance-techno-guitar in loco. Na última hora o Amigo FM decidiu sacrificar horas preciosas de sono, e compareceu ao evento. Marcado inicialmente para as 22hs de uma 5ª feira em um Clube azul para 600 pessoas (quase um Aeroanta) na região central de São Paulo, o espetáculo ficou prometido para a meia-noite mas só começou à 01h30m da matina.

Sob uivos da platéia de todas as idades, iniciaram o show com “Nuit Blanche”, com os 4 músicos totalmente vestidos de preto com uma faixa preta de “Maquilage (c’est Camouflage)” sobre os olhos estilo Pris, a replicante pleasure model de Daryl Hannah em BLADE RUNNER. Já a louraça vocalista ELS PYNOO trajava colete militar preto... e calcinha! A sucessão de hits só era abafada pela performance exuberante de Els, que não pára de se mexer um único instante, jogando a cabeça e os cabelos de um lado para o outro ininterruptamente. Um jogo magistral de luzes, e a guitarra de DANNY MOMMENS cuspindo riffs como se fosse um Angus Young do techno dance. O baixista lembra um Robert Smith um pouco mais "recheado", o que imediatamente remete ao comentário de SIOUXE sobre o guitarrista do THE CURE quando estes excursionaram junto aos BANSHEES: "ele parece uma salsicha empanada". O tecladista executa o ritmo hipnotizante que caracteriza o VIVE LA FETE, e como todas as músicas são razoavelmente parecidas, a todo momento FM brada:
- "É desta música que eu gosto!"
Em determinada altura o ritmo muda um pouco, e ele reclama contrariado:
- "Eu gosto mais daquela outra..."
Quando a execução seguinte retoma a batida característica, ele balbucia com um sorriso de criança feliz no rosto:
- "É esta!!! É desta que eu gosto!"

Passam por “La Vérité” e “Machine Sublime”. Tocam até mesmo “Jesus Christ Superstar”. Para mim o ponto alto é a espetacular “Noir Désir”, que executam sem os ups and downs do gran finale, pelo contrário transformando tudo em uma avalanche sonora, um rolo compressor musical debaixo dos uivos e urros lacerados da loura lasciva de cacinha. Antológico, impagável, inesquecível.

A última música é a irresistível e envolvente “Ev’rybody Hates Me (‘cause I Rock’n’Roll)”, do disco novo. Els apresenta então os músicos pelos primeiros nomes, faz biquinho francês para gemer "obrigado" e se retira do palco. Os 4 músicos começam a levar som pesado e o fazem por quase 1/2 hora, brincando com o prazer de uma "jam" ao vivo. Encerram com uma versão de "I Wanna Be Your Dog" dos STOOGES na qual o tecladista soca seu keybord com o punho fechado, extraindo o som do piano original da música através de um único movimento repetitivo que mais parece uma masturbação sem imaginação. Mas não é o fim do show: Danny Mommens, o guitarrista / composer / líder da Banda (algo como o Chris Stein da BLONDIE) desce do palco e pega uma deliciosa louraça belzebu quase platinada na platéia, e a leva para cima do palco. Coloca a guitarra nela e continua tocando o riff, abraçando-a por trás; depois pega seus braços e NO PALCO ensina a beldade a tocar a música, e enquanto ela arranha a guitarra amplificada e distorcida, desce novamente e pegua OUTRA mulher na audiência e lhe entrega o microfone. Ela fica gritando "Now I wanna / be your dog!", e oferece o microfone a outras pessoas da primeira fila que têm seu momento de Iggy. Enquanto isto, Danny abandona o palco (- "O cara vazou!" exclama sorridente e incrédulo um barbarizado FM) e o show acaba com baixo, bateria e teclados do VLF fazendo base para duas mulheres da platéia que performam na frente do palco! São 3 horas da manhã, e é a coisa mais punk que já vi na vida.

Saindo do COMITE CLUB, FM e eu subimos a Augusta que fervilha em uma madrugada gelada no inverno paulistano. Porradaria no meio do asfalto, nightclubs com luzes piscando, damas da noite, botecos e moçada. A noite vive. Voltamos para casa felizes com a experiência. Viva a Festa!

(ago/2010)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Fã do Fish


Em outubro de 2001, um de meus grandes ídolos, FISH (frontman da única formação decente do MARILLION, já então em carreira solo) se apresentou em São Paulo e no Rio, na excursão “Fellini Days”.

O show de Sampa no Direct TV Music Hall no dia 10/out foi espetacular. Como se trata de artista completamente “cult”, a platéia era composta prioritariamente por nerds, geeks e afins (anos depois, em um outro show dele no Olympia/SP, minha Namorada comentou: “este é o lugar perfeito para eu trazer amigas solteiras!”). Estávamos todos irmanados pela idolatria a Derek Dick, e o ambiente pré-show era de total descontração e fraternidade. Gente que nunca tinha se visto se tratava como velhos conhecidos, e acabei fazendo contato com diversos amigos de fé e irmãos camaradas.

Dois dias depois (12/out/01) o Peixe ia se apresentar no Canecão no Rio. Eu estava tão emocionado e deslumbrado com a apresentação paulista que viajei para o Rio para assistir de novo à gig, desta vez acompanhado pelo Brother Gloug (a foto anexa é exatamente deste evento, nós dois na mesa do Canecão).

Chegamos cedo ao Canecão, e quem encontro lá sentado em uma das mesas? RPAF, que eu tinha conhecido dois dias antes no show em Sampa! Estava acompanhado pela Esposa M, e tinha levado um álbum de fotos do FISH tiradas por ele.

O cara sem dúvida era muito mais fã do que eu (e olhe que sou um bitolado!...). Ele foi à Escócia para uma convenção de fãs (o fã-clube se chama The Company), na casa do próprio Fish. E tirou diversas fotos do evento. Fiquei folheando o álbum, fotos das pessoas, de músicos, da casa do Peixe... até que uma foto me despertou mais curiosidade: uma vista de cima de um vaso sanitário, aberto.

Perguntei ao Fã do Fish que foto era aquela, e ele me explicou:
- “Lá pelas tantas me deu vontade de fazer xixi, e perguntei onde era o banheiro. Me indicaram, e eu entrei na casa. Enquanto urinava, me ocorreu: É AQUI QUE O HOMEM CAGA! E tive que tirar uma foto!...”

Fã é isto!

(ago/2010)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Kill Me (Ce Soir) pelo Iron Maiden

Versão original do GOLDEN EARRING (editada para 3 minutos, original tem 6'17"):
http://www.youtube.com/watch?v=_KHV5MENK6c

Versão IRON MAIDEN (com os 6 minutos originais; lado B do compacto "No Prayer For The Dying"):
http://www.youtube.com/watch?v=3vuLFHLcr_c

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Deus escreve certo por jabulanis tortas

"A voz do POLVO é a voz de Deus" !

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Quem é o verdadeiro Geddy Lee?

Quizz:
- Qual dos personagens abaixo é o VERDADEIRO Geddy Lee?




terça-feira, 29 de junho de 2010

Amuleto Paraguayo


Larissa Riquelme é um bom motivo para torcer pelo Paraguay nesta Copa do Mundo
de 2010.



Como disse um membro (intumescido) deste Espaço, "durma-se com um amuleto
destes"...



terça-feira, 22 de junho de 2010

A França na Copa 2010

Liberté,
Égalité,
Fraternité,
et se fudê!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Aldo lamenta presença de Shakira e ausência de Geddy Lee na abertura da Copa



Em entrevista a este espaço, Aldo "Peido Trails" declarou que foi uma pena o Mundo ter tido que assistir à SHAKIRA no show de abertura da Copa do Mundo, ao invés do RUSH.

Segundo o New World Man, um meddley com "Tom Sawyer" e "Waka Waka" teria tido "tudo a ver com a alegria da festa na África".

- "Ademais, teria sido uma apresentação mais técnica", ponderou o Working Man.

- "O Geddy dança muito bem, e seu nariz é uma graça!" arrematou inapelavelmente o matreiro Maratonista.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Shakira no Rock in Rio Lisboa 2010


Shakira me pareceu meio gordita no Rock in Rio Lisboa (22 de maio de 2010).

Ao lançar o último disco “She Wolf” ela anunciou que iria dar um tempo na carreira para se dedicar à maternidade. Como suas formas parecem um pouco mais “cheias” e “retas” do que de costume, dá para desconfiar que ela "esteja ocupada", como dizem na Paraíba...

Selecionei no You Tube algumas apresentações espetaculares daquele show. Enjoy!

Te Dejo Madrid (abertura; gaita)
http://www.youtube.com/watch?v=QRML-cJ6NdY&feature=PlayList&p=B59387203E1AA053&playnext_from=PL&playnext=1&index=1

Las de La Intuicion
http://www.youtube.com/watch?v=vUaSsB597B8&feature=related

She Wolf
http://www.youtube.com/watch?v=AmPLjQiXmaw&feature=related

Hips don’t lie
http://www.youtube.com/watch?v=TM8Ky9lI6Mk

Munchausen by Proxy

Fulanos me acusarão de estar me tornando POP como um Estrella. É justo: desde o advento do VIVE LA FÉTE, cada vez mais estou tendendo para o mundo da electro-dance-music.

Beltranos me acusarão de gostar do som da Banda por lembrar THE CARS. Também se aplica: a batida, o ritmo, o visual, o nonsense e o futurismo são efetivamente dignos da saudosa alcatéia de RIC OCASEK.

Sicranos dirão ainda que meu deslumbre se deve à front woman, a irresistível ZOOEY DESCHANEL. Mas isto é mais do que óbvio: alguém (além do Geddy Lee) pode resistir a ela?

O fato é que os links abaixo nos levam à gig completa do MUNCHAUSEN BY PROXY, da qual o filme YES MAN com JIM CARREY só apresentou extratos. Letras, ritmo, batida, a eletronia e os "keytars" da Banda são geniais. Altamente recomendado para tecladistas, aqui vemos tudo que o personagem Carl viu e viveu naquela noite. Jim Carrey é um Ator espetacular, e aqui o vemos de forma hilária tentando compreender, curtir, até balançar e participar da inclassificável performance do MUNCHAUSEN BY PROXY.

Já fui acusado de senilidade ao apresentar coisas bem mais sensatas, então esperar compreensão ou cumplicidade nestes "future sounds" seria completa ingenuidade. Mas aqui tenho ao menos a desculpa da female lead singer: Geddy certamente não vai concordar, mas Zooey é espetacular!...

Nota: sugiro assistir a performance na ordem abaixo, preferencialmente após ter visto o filme.

1a. Who are you? (extrato)
http://www.youtube.com/watch?v=pglkw-TymI4
http://www.youtube.com/watch?v=zdzOkuIqnR8&feature=related

1b. Who are you? (completo, melhor qualidade de som, porém imagem destorcida)
http://www.youtube.com/watch?v=RbB0apnfJWU

2. Yes Man (música tema, no filme só toca nos créditos finais)
http://www.youtube.com/watch?v=FwYEuYP_sjY

3. Star Spangled Banner
http://www.youtube.com/watch?v=o3p49b4I2NM

4. Whore No More (Sweet Ballad)
http://www.youtube.com/watch?v=3DbaJgSkDVg

5.Keytar
http://www.youtube.com/watch?v=3eLDwp-ywgY

(jun/2010)

domingo, 6 de junho de 2010

Você Leu Aqui Primeiro


ZOOEY DESCHANEL é a próxima MEG RYAN.

(jun/2010)

sábado, 5 de junho de 2010

Lola Fabrikant

Anexamos fotos tiradas exclusivamente para este espaço por este redator que vos escreve, em momentos de intimidade após uma sessão particular de relaxamento com ROSIE HUNTINGTON-WHITELEY.

Whole Lotta Rosie será a substituta de MEGAN FOX em "Transformers 3".

Acreditamos no entanto que a rapariga daria uma excelente LOLA FABRIKANT caso o
delicioso livro "One Fifth Avenue" de Candace Bushnell venha a ser filmado.

... don't you agree?

(jun/2010)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Hot Chicks in a King Crimson concert....priceless!!!!

Aldo enviou o link abaixo, que é realmente "priceless".

Já vi bastante o TONY LEVIN em shows do PETER GABRIEL (ao vivo e em DVD), e aqui ele (mais uma vez) arrebenta.

É sempre um prazer ver BILL BRUFORD, dispensa comentários.

Minha surpresa foi o papel secundário de ROBERT FRIPP, quase um coadjuvante; ADRIAN BELEW toma a frente do KING CRIMSON.

A música SLEEPLESS é do disco THREE OF A PERFECT PAIR, de 1984, que é tocado exatamente por estes mesmos músicos.

Quanto às "hot chicks"... check for yourself!

Valeu, DinossAldo!

http://www.youtube.com/watch?v=YLxLqkCTFBY&feature=related

(jun/2010)

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Guedes Guide to Shakira

Shakira sempre foi um ponto fora da curva em minha "CDteca Isto & Isto Mesmo", composta exclusivamente por discos de Rock (Hard e Progressivo). Sempre fui acusado de gostar dela pelos mesmos motivos óbvios pelos quais todos os Homens gostam. Mas não foi esta a razão.

A primeira vez que Shakira me chamou a atenção foi na Índia, em 2002. Nas ruas e televisões, só tocava música indiana. Ininterruptamente, aquelas músicas com os todos clipes absolutamente iguais, com dança de multidão, amor casto de jovens com promessas nos olhares, muitas cores e rebolation coreografado. Só tocava isto na Índia... e a Shakira! "Whenever", whatever, fiquei impressionado com a penetração e poder desta mulher, pois a Índia é muito fechada.

Algum tempo depois fui ao Atacama, onde suas músicas também eram muito tocada. E namorei uma Argentina. Fui seduzido pela língua espanhola, e pensei adquirir algum disco original. Na Saraiva, uma oferta: o MTV Acústico da Shakira por R$14. Pesquisei a respeito: foi a primeira vez que a MTV transmitiu mundialmente alguma coisa que não fosse em inglês. Com 22 anos de idade, ela fez tudo neste Unplugged: composições, arranjos, escolheu cenários e conceito do show (os 4 Elementos), etc. O DVD também estava disponível, mas optei pelo CD para conhecer o som. Bingo! Uma obra prima, bom de ponta a ponta, um arraso, todas as letras sobre dor de cotovelo, amores não correspondidos, traições, dolor, mucho dolor! Performance impecável, vocal poderoso. Após conhecer bem o disco, comprei o DVD. Melhor ainda! E ainda por cima, um regalo aos olhos...

Comprei então o álbum seguinte "Servicio de Lavanderia" (que no mercado americano e na colônia brasileira saiu como "Laundry Service"), com algumas músicas em espanhol e outras em inglês, ela trocando os cabelos vermelhos por um vulgaríssimo loira. Não um disco excepcional, mas com algumas pérolas. Parti para o CD "¿Dónde Están Los Ladrones?" que é a gênese do MTV Unplugged: brilhante, é bastante curioso conhecer primeiro um disco sob forma acústica e ao vivo e somente depois conhecer sua versão original de estúdio, elétrica. Comprei então o disco anterior (18 anos de idade!), o genial "Pies Descalzos", delicado, folk, acústico. Não tive mais dúvidas que Shakira Isabel Mebarak era um prodígio.

Eu dizia então que embora sempre afirme que Deus não dá dois dons a uma pessoa (que o digam os guitarristas e bateristas que se revelam bisonhos vocalistas, como Clapton, Hendrix, Frejat e Phil Collins), Shakira era uma exceção, com vários dons...

O DVD "Live and Off the Record" a trouxe, como bem disse o Amigo Marcos Soares (que a viu executar "Te Dejo, Madrid" ao vivo open-air na própria Madrid diante de 100.000 pessoas, e que na Colômbia pegou um táxi em Bogotá e disse: - "Para Barranquilla!", e ouviu do taxista a resposta: - "Nesta época do ano ela não está lá!") a menina estava bastante... vadia! Mas com os mesmos excelentes músicos de sempre, e valia o show.

O projeto seguinte foi um disco duplo, con un disco en Español and another in English. Fijación Oral vol. 1 e Oral Fixation vol. 2 são fracos, pode-se pinçar algumas coisas (boas) aqui e ali, mas... no geral são fracos. A participação de Carlos Santana se situa entre o caricato e o patético. Mas trazia "Hips Don't Lie", que veio a ser a música mais vendida do século XXI até o momento, atingindo o #1 em mais de 55 países. E a excursão que se seguiu gerou o ótimo DVD "Oral Fixation Tour".

Faço aqui uma pausa antes de escumelhar o disco "She Wolf". Que quiser conhecer Shakira até então, sugiro as compilações-roteiros abaixo.

CD
- MTV Unplugged (2000)
1. Octavo Día / 2. Si Te Vas / 3. Inevitable / 4. Estoy Aquí
- Dónde Están los Ladrones? (1998)
5. Ciega, Sordomuda / 6. Dónde están los Ladrones / 7. Que Vuelvas / 8. Ojos Así
- Servicio de Lavanderia (2001)
9. Tango / 10. Te Dejo Madrid / 11. Suerte
- Fijación Oral vol. 1 (2005)
12. Las de la Intuición
- Oral Fixation vol. 2 (2005)
13. Hips Don't Lie
- Pies Descalzos (1995)
14. Un Poco de Amor / 15. Pies Descalzos, Sueños Blancos / 16. Donde Estas Corazon / 17. Se Quiere, Se Mata
Pistas de regalo (en inglés):
- Oral Fixation vol. 2
18. Don't Bother
- Live and Off the Record (2004)
19. Back in Black

DVD setlist
- 1999 MTV Unplugged
2. Si Te Vas / 5. Ciega, Sordomuda / 6. Inevitable / 7. Estoy Aqui / 11. Ojos Asi
- 2003 Live & Off the Record
5. Back In Black / 14. Objection (Tango) / 15. Whenever Wherever
- 2007 Fijación Oral
3. Te Dejo Madrid / 5. Antología / 9. La Tortura (featuring Alejandro Sanz) / 11. Whenever, Wherever / 12. La Pared / 14. Pies Descalzos / 15. Ciega, Sordomuda / 16. Ojos Así / 17. Hips Don't Lie (featuring Wyclef Jean)
(Acrescentar o delicioso clip "Las de la Intuición", no qual ela usa peruca channel azul com roupa de estudante colegial.)

No final de 2009, o desastre. Preocupada em conquistar o mercado global, Shakira deu as costas aos fãs do início da carreira (ou seja, EU!), abandonou a Qualidade e se entregou ao Pop. Ouvi o disco "She Wolf" em uma loja e achei uma BOSTA, e não ia comprá-lo; afinal, o que me fez gostar dela lá no começo foi o cantar em español, e não as músicas em inglês. Porém uma reedição recheada de bonus tracks (coisas adicionais, coisas em español, coisas ao vivo) nas Lojas Americanas pelos mesmos antigos R$14 me fez dar uma chance à oxigenada. Minha recompensa? As letras do novo disco (em inglês) não eram mais de sofrimento, mas sim "sou uma loba que caça sua presa", "saio na noite e escolho os homens", "sou uma cigana que vai roubar suas roupas", "cadê os homens desta cidade, será que fugiram quando souberam que eu ia chegar?", letras de mulher mal comida, na capa parece a Hannah Montana, em "Gipsy" canta como Alanis Morissette, o astral é de Madonna (quem diria, copiando a mesma Madonna que a copiou na última "Sticky & Sweet Tour") misturada com Cher e Celine Dion, uma música chamada "Did it Again"... ooops, não era da Britney?

Devo ser o único Homem que aguarda a Shakira ficar uma baranga, quando finalmente poderemos reencontrar sua Arte e seu Sentimento.

(abr/2010)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Horseshorseshorseshorses

Uma ótima história que ouvi contada pelo guitarrista da Patty Smith. Eles tinham lançado "Horses" e estavam fazendo um puta sucesso. Alguém recomendou a ele: hoje tem show de uns caras chamados SEX PISTOLS, vá ver. Ele foi, e ficou impressionado. E no meio do show o Johny Rotten falou:
- "Vocês já ouviram uma MERDA que anda tocando por aí? Horseshorseshorseshorses... que bosta!"
O cara completa:
-"Nós estávamos fazendo sucesso há 15 dias, e já éramos obsoletos!"

Isto e Isto Mesmo

Recebo a visita da Amiga (e Psicóloga) Maria Hermínia. Após examinar minha coleção de CDs, ela comenta:
- "Marcio, seu gosto musical é isto... e isto mesmo!"

Foi a melhor definição que já ouvi de meus 200 discos de Rock Progressivo e 600 discos de Hard Rock.

É isto.

E isto mesmo!

(mar/2010)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Quem vê cara...


You are what you eat!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Darth & Luke

Em "brainstorm" realizado na Lagoa Rodrigo de Freitas em março próximo passado, chegou-se à BOMBÁSTICA conclusão que uma música brasileira bastante famosa foi composta EM HOMENAGEM A UM MEMBRO DESTE BLOG!

E mais, o homenageado se comprometeu a aprender a dedilhá-la ao violão, para que em um encontro próximo possa entoá-la, embevecido e com os olhos mareados, brindando-nos com a seguinte introdução:
- "Agora eu vou cantar uma música que o JÚNIOR fez p'ra mim..."

A letra segue abaixo, para que possamos todos "sing along".
É emoção DEMAIS!


Pai!
Pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo prá gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez...

Pai!
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre
Esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz...

Pai!
Pode crer, eu tô bem
Eu vou indo
Tô tentando, vivendo e pedindo
Com loucura prá você renascer...

Pai!
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Prá falar de amor
Prá você...

Pai!
Senta aqui que o jantar tá na mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensine esse jogo da vida
Onde a vida só paga prá ver...

Pai!
Me perdoa essa insegurança
Que eu não sou mais
Aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu...

Pai!
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Prá pedir prá você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar
Ah! Ah! Ah!...

Pai!
Você foi meu herói meu bandido
Hoje é mais
Muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz
Pai! Paz!...

segunda-feira, 22 de março de 2010

MG: O Dia em que eu fiquei Velho

DREAM THEATER, CREDICARD HALL (SP), 19/mar/2010.

Sempre disse que se só tivesse mais duas horas de vida eu quereria assistir a um show do DREAM THEATER. Pois por pouco não passo tais últimas duas horas de vida engarrafado na Marginal Pinheiros indo para o show... Graças a uma greve de professores que fechou a Avenida Paulista (como se uma coisa desse direito à outra), o trânsito paulistano ao longo da sexta-feira foi ainda mais caótico do que o habitual. Show marcado para as 22hs (na vez anterior em SP, o DT entrara no palco meia hora ANTES do horário!), Ane & eu saímos de casa às 20h30m - para ficarmos PARADOS na Marginal por mais de 100 minutos, cada vez considero mais incompreensível que alguém possa efetivamente GOSTAR desta Cidade onde os engarrafamentos não podem parar.

Felizmente desta vez o DT foi compreensivo. Mesmo já passando de 22hs, a fila da Platéia no lado externo do Credicard Hall era descomunal, serpenteando pelo estacionamento. Cambistas abordavam: -"Ingresso sobrando, eu compro!". Minha 5ª vez defronte do DREAM THEATER. A primeira foi no início dos anos 90, quando fariam uma World Tour e vieram fazer um aquecimento, um "ensaio geral" no IMPERATOR, no Méier (RJ), pois eram quase desconhecidos no Brasil. Fui sózinho (é óbvio) e assisti a uma das maiores execuções de Progressive Metal de minha vida, eles tocaram descompromissados, soltos e se divertindo por mais de 3 horas.

A 2ª e 3ª vezes foram no Credicard Hall em dois dias seguidos em 10 e 11 de dezembro de 2005, quando fizeram o show que batizei de "Dream Theater em 4 atos": no sábado, hora e meia, intervalo, e mais hora e meia; e idem no domingo, hora e meia, intervalo e mais hora e meia, totalizando SEIS HORAS de um show absurdamente arrasador.

A 4ª performance foi no estacionamento do mesmo Credicard Hall em dezembro/2008, o tal show em que entraram meia hora mais cedo. Foi a primeira vez que Ane os viu, e embora normalmente reservada, ela ficou boquiaberta com a massa sonora, e não consegui evitar que escapassem comentários -"Caralho!!!" umas 20 vezes ao longo do espetáculo.

De forma que estava excitado com o evento, a ponto de comprar camarote para ver tudo - uma vez que show de Metal prima pela altura dos headbangers. Desta vez, como no Imperator, nenhum conhecido compareceu.

Início às 22h40m. Visão perfeita, inclusive da massa compacta na Pista, que mais parecia uma maremoto do inferno com os condenados urrando e brandindo os braços erguidos. O que não impediu o comentário de Ane: -"Lá em baixo é mais legal... apesar do perrengue...". É verdade, para quem está acostumado à Pista, a impressão do Camarote nâo deixa de ser algo como estar assistindo a um mega DVD em ultra-high-definition.

O teclado é curioso, apenas um único keyboard engastado em uma estrutura que gira, e assim Mr. Jordan Rudess fica rodando e pode ficar de frente para o que quiser ao longo do show. Ele porta uma enorme barbicha branca de bode, que Ane classificou de "nojenta".

Muitas músicas do último disco, poucas que eu conhecia, mas TODO MUNDO cantava junto, inclusive muitas Mulheres. Uma grande diferença em relação ao AEROSMITH, STONES, THE WHO ou KISS, que não podem tocar nada novo, são escravos do repertório antigo, escravos dos preguiçosos fãs antigos. Aqui não, a platéia é composta por fãs vivos de uma Banda viva.

Um dos pontos altos da Banda para mim é o excepcional baixista John Myung, o "japa". O volume do baixo - muitas vezes distorcido, eletrônico, pedalado ou tratado - faz estremecer as paredes do recinto. Foi ele o responsável pela maioria dos "caralhos" de Ane no show passado.

Mas da mesma forma que o AEROSMITH em sua última gig no Brasil, também o DT tocou muitas babas. Não adianta, este é o Destino, até o DREAM THEATER acaba em baba, babas progressivas, "if I die tomorrow / the spirit carries on", convenhamos, já tinham tocado isto da última vez, eu queria ver ESPORRO!...

Não gostei dos graphics projetados nos telões, muito fracos. O cenário também era pobre: alguns trapos de cortinas dependurados. Ou seja, visual bastante meia-boca... se bem que todos os demais gigs que vi do DT foram assim também.

Felizmente fui recompensado com uma rara execução de PULL ME UNDER. Jordan Rudess vem para a frente do palco portando um portable keyboard em formato de guitarra ("teclado de algibeira", segundo Andre VASCO'n'cellos), e começa um genial duelo com o guitarrista John Petrucci. John gosta de se ouvir: ele toca cercado por amplificadores valvulados que lhe redirecionam o próprio som. Seus solos não são memoráveis; os riffs sim, os solos não, prefiro-o fazendo barulho e levação de som. Um guitarrista pesado que acha que é progressivo.

Com 1h25m de show, o vocalista James Labrie (gorducho, cabelo louro e cavanhaque preto, continua parecido com a Madame Mim) anuncia um "goodnight Sao Paolo!". É claro que é fake, mas a platéia brasileira nunca aprendeu a pedir bis em show, e o silêncio que envolve o palco vazio é quase constrangedor. Como sempre o puta baterista Mike Portnoy volta com a camisa amarela da seleção brasileira, e toca de pé.

Às 00h27m termina o show, sob ovação. Os músicos parecem deslumbrados, Portnoy entrega algumas baquetas de mão em mão, saca o microfone e grita: -"OBREE-FUCKIN-GADO!", a platéia delira.

Mas... não sei. As muitas babas me cansaram. Já vi o DT 5 vezes; os STONES 4 vezes, o AERO 3 vezes, IGGY 4 vezes, KISS 3 vezes, JETHRO 5 vezes, Udois 3 vezes, até o rush eu já vi. Me recusei a ver QUEEN com Paulo Ricardo Rodgers, imaginei que passaria o show inteiro consultando o relógio e pensando "quanto tempo falta para acabar isto". A tendência é que tal feeling venha a acontecer cada vez mais, as Bandas vão se tornando covers de si próprias, os shows vão se enchendo de babas.

Ou então eu é que vou ficando Velho...

(Nota - na saída, a Marginal estava novamente engarrafada!, desta vez no sentido inverso, de retorno. A ponto de uma jamanta - aquelas cegonheiras que carregam carros novos - dar MARCHA A RÉ EM UMA AGULHA para sair da pista expressa para a local!!! E passamos mais uma horinha dentro do carro, apenas para fazer um trajeto de 8km na "Cidade que não pode parar"...)

(mar/2010)

Ghost in the Shell


"Ghost in the Shell" é um mangá de 1989 que, segundo o ESTADÃO, contava duas estórias: de uma andróide em busca da própria alma, e de um virus de computador em busca de um corpo.

Em 1991 foi transformado em anime, e tornou-se cult. Pela amostra do desenho anexo, parece que é coisa boa mesmo!...

(mar/2010)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Amber Heard


Nunca tinha ouvido falar nesta AMBER HEARD...


Mas até o Geddy Lee deve se "interessar" por este pitéu!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Show do Coldplay (SP, 02/mar/2010)

Fui ao show como convidado, ou seja, esquema mega-vip. Nos encontramos na Mercearia do Joquei, comida e open-bar, recebemos kit personalizado (capa de chuva) e fomos de vans para o estadio. Ficamos no setor laranja, arquibancada superior em uma outra área vip, com mais comida e open-bar ! A contra-partida é que voce fica a meio milhao de quilometros do palco, ou seja, vai ver pouco e o que sobra é o som.

Publico super na boa. Muitos casais e muita mulher. Estavam animadissimos e ha, de fato , uma legiao de fas da banda.

O show foi bom, longe de espetacular . Apesar de eles serem muito bons o grande ponto é o tipo do show. O som é mais intimista, romantico. Ou seja, nada a ver com o Morumbi. De fato, um show desses em mega-estadio, fica bem comprometido. Mas isso nao é culpa da banda nao, é a porcaria do paizeco em que vivemos e que é tamanha carencia de eventos que qualquer um com um pouco mais de nome, que venha para cá, seja AC/CD, Beyonce ou Coldplay, lota a porra do estadio e, ao final de contas, isso é business (apenas para lembrar) .

Finalmente, e retomando discussao desse arguto grupo, nao ha realmente como classifcar a banda por Pop. Vamos la: os caras tem competencia musical, nao se apoiam em recursos de dança ou excesso de "pirotecnia" para camuflar falta de competencia tecnica, tocam muito bem coordenados e todos os 4 elementos tem participacao musical ativa, as letras e metricas das musicas nao tem repeticoes exaustivas e simples (quase lembrando jingles), típicas do pop, nao usam de sensualidade para se mostrar, enfim, sao uma banda de verdade.

Enfim, valeu a pena ter ido no esquema que fui, continuo gostando da banda e da sua musica, mas nao iria a um show deles, de novo, no Morumba. Lá é lugar para coisas bem mais fortes.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

MG: Alice Cooper - Brutal Valentine

PSYCHO-DRAMA
CREDICARD HALL, 12 de junho de 2007

“This won’t hurt... much!”

Faltando 4 dias para meu 51º aniversário, sou brindado no Dia dos Namorados com uma apresentação de TIA ALICE COOPER no CREDICARD HALL, em São Paulo. A Srta. A e eu nos dirigimos ao local nos entupindo de champanhe no gargalo, e ouvindo KILLER de cabo a rabo em volume terminal no trajeto.

Tia Alice foi o primeiro “gig” internacional que assisti, em 1974. Na época ele estava em transição de banda, e excursionando com a “equipe” de Lou Reed além de seu time de estrelas. Assim, (pelo que me lembro) o show da época contou com nada menos do que QUATRO guitarristas: os originais Michael Bruce e Glen Buxton (que morreu em 1997), e mais o suporte luxuoso de Dick Wagner e Steve Hunter (someone please confirm). Assisti tanto ao show intimista no Canecão como o do Maracanãzinho.

Passados 33 anos, o público era o melhor possível, com gente de todas as idades, lotação média, espaço para deslocamentos, dança e aproximação do palco, as poltronas liberadas para quem quisesse subir e ter visão panorâmica. Muitos rockers com a pintura clássica de Alice nos olhos e cantos da boca. Um metaleiro usava uma camiseta escrita “BRITNEY WANTS ME”. E nas costas: “... DEAD”. Fomos cumprimentá-lo e indagar se tinha mandado fazer, o que ele confirmou (Alice usou esta camiseta na excusão “Brutally Live” de 2000). E antes do início do show, um gaiato desfilava pela pista gritando:
- “TODO MUNDO QUE ESTÁ DE CAMISA PRETA É VIADO!!!”

Às 22h00m as luzes se apagam, e as luzes por trás de uma imensa tela que escondia o palco projeta o contorno do próprio, de cartola e bengala. A banda ataca de IT’S HOT TONIGHT, a platéia uiva, e um SEGUNDO contorno sombreado de Alice começa a brigar com o primeiro. A primeira sombra, que fora ovacionada, é derrotada. Tínhamos ovacionado a Alice errada... A segunda se ergue, sobe a tela-cortina, e começa o delírio. Alice brinca com a bengala como o legítimo mestre-de-cerimônias que é.

A formação é clássica e essencial: dois guitarristas, baixo e o melhor baterista que se possa imaginar: ERIC SINGER, que há tempos excursiona também com o KISS (quando eles deixam de lado a ganância e o makeup). Alice sempre soube escolher muitíssimo bem sua banda, e se atualmente não excursiona mais com os guitar players Ryan Roxie e Bob Marlette, encontrou substitutos à altura nos afiadíssimos Keri Keller e Jason Hook.

O set list é impecável – creio que não cheguem a existir 10 bandas que possam se servir de um repertório tão espetacular. A segunda música é NO MORE MR. NICE GUY o que conquista de vez a platéia. Eu já começo a chorar na terceira, UNDER MY WHEELS (do obrigatório KILLER de 1971). Emendam I’M EIGHTEEN e aí o choro já é convulsivo, telefono para Gloug, para Garcia, para Lolota e para Mamãe. Somos brindados com IS IT MY BODY? e em seguida a única música do show que não conheço, provavelmente do último disco DIRTY DIAMONDS que é um dos pouquíssimos que não tenho (devo ter uns 12 álbuns da Titia). A banda assume a postura clássica de rock’n’roll no palco, os dois guitarristas e o baixista em linha jogando a cabeça para a frente e para tras, arrebentando nos riffs, e no meio deles Alice destroçando no vocal e mise-en-scène. Estou no banheiro urinando champanhe quando ouço os arrasadores acordes iniciais de LOST IN AMERICA, e enquanto pulo descontrolado (na pista, não no banheiro) telefono para Gustavo que me apresentou ao excelente THE LAST TEMPTATION, de 1994.

O set list é brutal, um fino deleite para quem conheça o trabalho de Vincent Damon Furnier: BE MY LOVER, que jamais pensei ouvir ou ver ao vivo; RAPED AND FREEZIN; LONG WAY TO GO (!!!); MUSCLE OF LOVE; PUBLIC ANIMAL #9; DESPERADO; a inacreditável HALO OF FLIES, talvez a melhor música de todos os tempos; ainda por cima executam uma versão de mais de 10 minutos, com uma seção rítmica com os dois guitarristas abandonando seus instrumentos e também tocando bateria sob luz estroboscópica, ou seja, TRÊS bateristas e mais o baixo, seguida pelo solo de bateria do monstro Eric Singer (ainda bem que a PORRA do Peter Criss foi embora do KISS, eu sempre achei que a bateria era suspensa no show deles para evitar que “O Gato” fosse apedrejado com bosta). Como li certa vez no site da CDNOW: mesmo que o KILLER não fosse o álbum magistral e irrepreensível que é (de minha parte, foi simplesmente o disco que me fez gostar de música), ele já seria obrigatório pela simples presença de HALO OF FLIES. Por mim o show já poderia terminar aí mesmo...

Mas não. Seguiram-se WELCOME TO MY NIGHTMARE (com teatro de seres sem face, inclusive uma noiva!), COLD ETHYL, e com 1 hora de show uma balada: ONLY WOMEN BLEED. Alice dança com uma boneca vestida de Enfermeira, bate nela, a joga nas escadarias do palco, de repente não é mais uma boneca mas sim uma loura linda e gostosa que dança balé pelo palco. Pois Alice continua a estapeá-la no rosto até que ela o interrompe segurando-lhe a mão, para delírio da platéia. A música acaba e emenda com STEVEN e então DEAD BABIES, quando Alice empurra um carrinho preto de bebê. Ele tira o bebê do carrinho, o ergue nos braços, a platéia não consegue ser mais ensurdecedora do que já está sendo, Alice coloca o bebê de volta no carrinho, crava-lhe uma estaca no peito, dá marretadas, e finalmente ergue o bebê em triunfo, segurando-o pela estaca atravessada. Entram médicos de preto sem face e colocam uma camisa de força no vocalista enquanto a banda toca THE BALLAD OF DWIGHT FRY do também obrigatório LOVE IT TO DEATH, também de 1971. A versão é longa, pesada, espetacular! Emendam um extrato de DEVIL’S FOOD, Alice fugiu da camisa de força e do palco, os médicos o procuram. Começa KILLER e uma gigantesca forca com patíbulo adentra o palco. Alice foi capturado, e será enforcado, o que efetivamente acontece ao som ensurdecedor daquele ZZZZZZZZZZZZZZ de guitarras distorcidas ao final da música. A platéia está totalmente enlouquecida, um show inacreditável. A Srta A está emocionada e sorridente, descobriu que show de Rock pesado pode ser o máximo, como é bom se descobrir metaleira. Chegamos perto dos músicos, passamos o show passeando pela pista e chegando bem próximo ao palco, às vezes vamos para trás e subimos para a privilegiada vista das cadeiras que hoje estão liberadas, e de onde se vê tudo; depois descemos novamente para dançar, os seguranças estão particularmente carrancudos mas hay que enfrentá-los, it’s only rock’n’roll but we need it! O corpo enforcado de Alice é retirado do palco ao som de um extrato de I LOVE THE DEAD cantado pelo guitarrista. Alice reaparece de blaser branco, cartola branca e bengala, e põe a platéia para cantar e pular com SCHOOL’S OUT. Enormes bolas de borracha são jogadas para lá e para cá pela audiência, e quando chegam ao palco são espetacularmente furdadas por Alice que a esta altura maneja uma espada de pirata, causando explosões e chuva de confetes. É o fim do show, às 23h24m.

Mas é claro que tem encore: em BILLION DOLLAR BABIES Alice brande a espada cheia de dinheiro cravado, e joga as notas para a platéia (ele faz isto desde sempre, durante décadas eu guardei as notas que peguei naqueles shows de 1974). Segue-se POISON e a reação entusiasmanda da platéia me surpreende, pois é uma música de 1989 (disco TRASH) e não a imaginava tão conhecida. E o final antológico com ELECTED, estamos bem perto do palco enquanto Alice discursa:
- “I know we have problems in Curitiba; I know we have problems in Belo Horizonte; I know we have problems in Rio; but frankly... I DON’T CARE!”
, enquanto figurantes carregam cartazes escritos “He doesn’t care”, “Wild Party”, “School’s Out”, etc. Em campanha presidencial, Alice sacode a bandeira do Brasil, e chegamos ao final de 100 minutos eletrizantes de Rock’n’Roll.

Eu teria escolhido – ou melhor, acrescentado – algumas músicas mais recentes, pois os últimos discos da Titia – especialmente a trilogia BRUTAL PLANET / DRAGONTOWN / THE EYES – são fenomenais. Para quem perdeu o show resta perseguir o Homem mundo afora, ou então se deleitar com o dvd BRUTALLY LIVE.

Sempre marco encontro com a galera junto aos palcos, no final de qualquer show, pois é sempre fácil chegar lá. Mas neste caso não foi: a pista junto à boca do palco estava ENTUPIDA de gente mais de 10 minutos após o término. Um fã chegou a invadir o palco, pegar alguma coisa, fazer um stagediving e se perder no meio da massa enquanto os seguranças ficavam putos e apontando inutilmente de cima do palco... Fui lá para a frente para tentar pegar alguma nota do dinheiro, mas o pessoal se acotovelava em busca de souvenirs de... Eric Singer! Ouvi o seguinte diálogo entre dois pitbulls, um dos quais com uma baqueta na mão:
- “Pago QUALQUER COISA por esta baqueta!”
- “Não vendo por dinheiro NENHUM!”
- “Pôrra, eu sou fã do cara desde o BADLANDS!...”
- “ Eu TENHO uma música chamada Badlands!!!...”

O público era de todas as idades, mas qual seria a reação dos mais novos frente a tal avalanche sonora? Ainda na pista, entreouvi de um vintagenário:
- “Puta que o pariu, QUE SHOWZAÇO!!!”
Uma descrição que sumariza tudo o que vivemos neste Valentine.

Outra medida do sucesso da gig foi a enorme quantidade de gente que se aglomerava em frente ao stand de venda de camisetas na saída. É muito raro ver tanta gente comprando camiseta depois do show. Uma dica quanto às camisetas é a loja CONSULADO DO ROCK nas GRANDES GALERIAS (atualmente mais conhecidas como GALERIA DO ROCK). A CONSULADO produz as camisetas oficiais de muitos shows; tem ótima qualidade, belas estampas e bons preços – principalmente se você adquirir as peças diretamente nas GALERIAS.

O mundo pode ser dividido entre as pessoas que já viram Alice Cooper e Eric Singer ao vivo, e as que não viram.

(jun/2007)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

MG: Eu caí direitinho!

Graças a uma muito bem engendrada armação dos amigos deste Blog, acabei re-ouvindo por inteiro um disco que consegue ser mais chato do que qualquer um do Caetano.

Um disco pretensioso, repetitivo, sem nenhuma criatividade e com um vocalista "melê", que canta como se lhe tivessem enfiado um dedão no cu - e sem cortar a unha!

Imagino como tenha sido difícil para o Aldo escrever que o "OK Computer" do RADIOHEAD (aquela mistura de PEPINO DE CAPRI com PINK FLOYD) é um disco progressivo... Ou talvez ele estivesse rolando de rir ao redigir semelhante barbaridade, que depõe não somente contra todos os discos progressivos da história, mas também contra sua própria credibilidade pessoal.

Talvez esta sub-banda PEPINO DE FLOYD seja boa ao vivo, como registrou o Sr. Vasco'n'Cellos - mas neste caso os mesmos amigos deverão assistir ao DREAM THEATER, que se não produz bons discos de estúdio, é excepcional on stage.

Enfim, vocês me pegaram. Conseguiram me fazer ouvir por inteiro uma das piores - se não A PIOR - bosta de toda a história.

Parabéns pelo sucesso da pegadinha!


PS - agora entendo a recomendação de Vasco'n'Cellos de que eu deveria ouvir COLDPLAY e RADIOHEAD para ver a diferença. Realmente, em comparação ao PINK DE CAPRI, o COLDPLAY é uma banda autêntica, criativa, viva e pulsante. Obrigado pelo toque!

(fev/2010)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Chan Marshall rules!

SHOW IMPECÁVEL EM SAMPA

Cat Power é “one of a kind”. Realizou um show irretocável e surpreendente.

Eu estava com muito medo de ter que aguentar um show lento e introspectivo por duas horas, mas a surpresa foi a capacidade que ela tem para usar aquela voz impressionante e manter um clima de atenção constante. Dá para dizer, inclusive, que ela mantém um clima de tensão constante porque leva as músicas de uma forma que eu fiquei com a impressão que algo grande e devastador estava na iminência de acontecer. Ela é contida, emotiva e canta de forma única, como se falasse a letra, mas sabendo exatamente as notas que tem que ser acertadas na cabeça para dar sentido e intensidade à interpretação.

Não só cantou versões muito pessoais de músicas como “House of The Rising Sun”, “Sea of Love”, “New York”, como conseguiu fazer interpretações renovadas de suas próprias e manjadas (pelos indies, pelo menos) canções, como “The Greatest”, “Moon” e “Lived In Bars”. Nessa última, ela mudou o andamento do final da música e a banda acompanhou, terminando uma canção estilo Tom Waits numa virada improvisada muito para cima. Falando em andamento, a noção de ritmo que ela tem é absurda. Ela se move para a frente e para trás o tempo todo marcando o ritmo enquanto canta lentamente, levando tempo para transmitir cada sílaba.

A banda Dirty Delta Blues foi um caso à parte. Vale buscar outras coisas deles. Não só trouxeram texturas e viagens fantásticas como sabiam se conter sob a voz dela e pirar no momento certo para compor o clima necessário e crescer a execução das músicas.

No final da última música ela explodiu em uma alegria de dever cumprido, distribuindo rosas brancas para os que se aglomeraram na beira do palco, cumprimentando e dando autógrafos, bem diferente da moça arisca que ficou fugindo dos holofotes durante o show, como se quisesse esconder, no escuro, o próprio sentimento que transmitia.

André - 23/07/2009

Radiohead no Brasil

Mr Guedes(s), Mr Martinelli e demais seguidores, como debut neste prestigioso blog, vou recapitular minhas experiências no show do Radiohead, que rolou em março de 2009.

Caros,

A despeito das tentativas muito eloqüentes de Mr. Guedes para me convencer a não ir ao Radiohead, fui.

Ainda estou sob efeito da viagem, mas posso dizer que está entre os melhores shows que já presenciei. Mesmo confessando não conhecer uns 70% do que eles tocaram. Tenho Pablo Honey, The Bends (meu preferido), OK Computer, Kid A e Hail to the Thief e, mesmo assim, não conhecia a maior parte das músicas. Talvez seja porque eu tenha uma dificuldade de entender o som e encaixar em alguma coisa conhecida. Eles são naturalmente desencaixados e mesmo assim já venderam muito disco.Mas eu estava só na minha ignorância porque o público cantou o show inteiro.

Antes de falar da música, há de se fazer um preâmbulo sobre palco. Simplesmente fantástico, com tubos luminosos gigantescos pendendo sobre a banda que simulavam texturas, chuva, velas e sei lá mais o que. Além disso, os telões mostravam ângulos completamente estranhos da banda: pés pisando em pedaleiras, microfones solitários nos quais uma cabeça surgia de quando em vez, braços de guitarra. Não era um telão para acompanhar o show caso você não tivesse boa visibilidade do palco. E falando em visibilidade, cheguei à conclusão que a geração que curte Radiohead é uns 10 cm maior do que a geração que ouve Stones, dada a dificuldade para enxergar o palco.

No quesito música, eles surpreendem muito. As músicas soam muito melhor ao vivo do que em estúdio. Os caras realmente tocam bem. Fiquei muito impressionado com a pegada do baixo e bateria, extremamente coesos e consistentes. Infelizmente fiquei muito longe do Jonny Greenwood, um dos esquisitões da banda, o cara que ganhou o Urso de Ouro pela trilha sonora do filme “Sangue Negro”. O cara consegue se divide entre a guitarra, de onde consegue passar de um solo fantástico e etéreo a um barulho infernal em segundos, e uma mesa e pedaleiras cheias de efeitos. No fim do show o cara sampleou a própria banda e fez algo como um remix, ali, sentado no chão do palco. Ele é o cara que realmente consegue dar forma para o som da banda, consegue transformar as viagens e os miados de Thom em algo musicável.

O vocalista, líder e vencedor por vários anos seguidos do título de vocalista mais estranho do mundo, Thom Yorke, fez o que se esperava dele. Foi esquisito prá cacete! Cantou sofrido, fez caretas, ajoelhou-se para agradecer a platéia brasileira e tocou pulando pelo palco. Mas também conseguiu criar climas fantásticos, trazer interpretações novas para músicas já manjadas. É realmente impressionante ver em determinados momentos 30.000 pessoas em silêncio reverente, de boca aberta, marmanjos chorando... Mas fiquei com a impressão que o cara se acha o melhor do mundo. Ou melhor, ele não se acha, ele tem certeza!

Grandes momentos – “Paranoid Android”, “Karma Police” (30.000 pessoas embevecidas cantando “I lost myself” como se a melancolia fosse a coisa mais bonita do mundo), “Fake Plastic Trees” e, é claro “Creep”.

Kraftwerk valeu pelo lado antropológico. Chato prá cacete, música dançante feita prá dormir. Ok (computer), eu não gosto de música de computador mesmo!

Acho que é isso.

Abraço a todos.

André (23/mar/2009)

O casamento de Geddy Lee


BOMBA! BOMBA! BOMBA!


Eis foto exclusivíssima do casamento do Titular Mor deste Blog.


Obs - o nome do Noivo Felizardo não foi divulgado.
(Nota - credit must be given to Mr. GLOUG, autor intelectual desta postagem).

Mulher do goleiro da Itália é eleita a Maria Chuteira mais bonita do Mundo


Já que o assunto é Futebol...


... o Buffon está pegando muito bem!


Obs - caso considere que fotos mais "artísticas" (leia-se "explícitas") sejam incluídas, registre seu comentário!

Aldo: METALLICA in VEGAS



Ao sair do "SOLD OUT" concert do METALLICA no MANDALAY BAY em LAS VEGAS, somente 3 palavras me vinham a cabeca:

SEEK AAAAAAND.....SEEK AND DESTROY!!!!!!!!!!!

Assistir ao show foi uma daquelas "last minute decisions" das quais nao me arrependo, afinal, como ja diziam as letras contidas no seminal "Scenes from a Memory" album - "Life is too short, the here and the now, and you're only given one shot".

Portanto, apos 3 full busy days trabalhando our Expo presence na Las Vegas ROCK AND ROLL Marathon Expo, no mesmo venue - Mandalay Bay Convention Center - decidir comprar o ingresso de ultima hora e, como estava na terra do Gambling, fazer uma aposta de que esse seria um tremendo show.

Nao poderia estar mais correto. Ja tinha assistido os cabras em 1992 (Queen's Freddy Mercury Tribute concert em Londres, o maior show da minha vida, e tb em companhia de Mr. Vasconcellos, Mr. Martinelli, Mr. Guedes e confraria nos idos de 1993 no Parque Antartica).

Center stage - fotos anexas, confortavelmente instalado em uma cadeira. Localizacao a metros do palco, dando para ver todos os detalhes das guitarras de James and Kirk Hammet, mais a batera de Mr. Lars Ulrich.

Show Highlights foram inumeros, a comecar pelo desfile de decotes impressionante considerando tratar-se de um show the METAL. Mas acredito que o Momento mais sublime (musicalmente falando) de toda apresentacao foi a MIDDLE SECTION do EPICO MASTER OF PUPPETS, onde a pancadaria para abruptamente, e uma SECAO ULTRA ELABORADA, MELODICA E MEGA PROGRESSIVA, executada with 100% perfection, que com certeza trouxe grandes memorias de anos passados. Outros momentos parecidos durante ONE (And Justice for All), Nothing Else Matters.

Alias outra OBRA PRIMA que concorre com MASTER OF PUPPETS no topo dos momentos mais inesqueciveis e FADE TO BLACK do fenomenal RIDE THE LIGHTNING (1984).

Durante toda a apresentacao o METALLICA mostrou que sua ORIGINAL BRAND of TRASH CRUNCHY METAL (copiada descaradamente por muitos incluindo o Dream Theater) continua viva e apuradissima. As musicas do novo (e parece que excelente) DEATH MAGNETIC estiveram SOBERBAS (petardos como Broken, Beat and Scarred e The Day That Never Comes).

"A keen student of his instrument even today" Hammett mostrou durante a noite toda completo dominio da guitarra. Nao e a toa, o cabra tomou licoes durante sua 'Kill 'Em All' tour com nada mais nada menos que Mr. Joe Satriani....

Set List perfeito, para os curiosos, esta publicado no site da banda http://www.metallica.com/

Desejo um otimo show aos amigos tupiniquins.

SAD BUT TRUE, shows como esse voce nao encontra mais frequentemente e nao da para perder.

Saudacoes Metallicas,

Leper Messiah


(dez/2009)

MG: "Switch" cover - autografado

Em uma cortesia do Senhor Star, que trouxe da Holanda diretamente do camarim do GOLDEN EARRING, segue scan da capa do SWITCH com autógrafos dos autores.



É só imprimir e substituir em seu exemplar.

MG: The Musical Box (Genesis cover)

O show do The Musical Box foi de um preciosismo impressionante, muitíssimo detalhado. Como tenho duas versões ao vivo do "Lamb", vi que eles seguiram à risca o que o Genesis fazia no palco: exatamente o mesmo que Gabriel falava, nos mesmos momentos e com os mesmos maneirismos. As jams sessions incluídas no disco também eram executadas como no original ao vivo: mais longas, mais vivas, mais pesadas. Um baterista excepcional. Além da íntegra do disco duplo, tocaram também "The Musical Box" e "Watcher of the Skies", que era o encore do show original, performances maravilhosas e inesquecíveis - a iluminação, visual e movimentação são masterpieces. Enfim, talvez bandas cover sejam "tourist traps" - mas neste caso, eu embarquei felicíssimo no muito bem montado engodo. Com a entusiasmada participação de Mr. Star, que chegou instantes antes do início do show e sentou-se exatamente a nosso lado, em excelentíssima localização.

(out/2005)

MG: Roger Hodgson 2008


Graças ao Sr. André VASCO-ncellos, que nos conseguiu pulseiras VIP, fomos Estrella & Debora e Ane & eu ao Evento São Paulo Moto Festival (vulgo '2 Rodas e Muitos Decibéis'), no Autódromo de Interlagos na noite de sábado 06/set/08.

Agradeço a insistência de Mr. Star para que eu fosse de moto apesar da ameaça de chuva (que nos orvalhou em determinados momentos). Podia-se estacionar as motos em frente às lojinhas e tendas ao longo da pista de Interlagos, no melhor 'estilo faroeste', quando se prendia o cavalo em frente aos estabelecimentos. Até a Polícia estava de moto, deixando-as estacionadas em formação e com as luzes piscando, em um feérico espetáculo. Algumas brigas de gangues de motoqueiros (incluindo facadas, tiros e feridos) trouxeram alguma apreensão ao longo da noite. O lugar não estava nem perto de cheio, o que nos propiciou excelentes localizações no open-air, inclusive em uma elevação ('morrote') do lado esquerdo do palco.

O show de ROGER HODGSON foi mágico. Ane descobriu 'que não gostava de Supertramp, mas sim do Roger Hodgson!'. Como é comum em suas gigs, ele estava todo vestido de branco, e com diversas plantas e árvores espalhadas pelo palco. Simpaticíssimo, escreveu e leu (ou ao menos tentou) a introdução de diversas músicas em português. Quando a platéia cantou 'ê-ô, ê-ô, Ro-ger, Ro-ger', ele acompanhou ao violão! Comunicativo, acessível, alto astral e com um setlist de deixar todo mundo flutuando feliz e com ótimo humor.

início: 23h45m

1. Take the Long Way Home ('Breakfast In America')
2. Give a Little Bit ('Even in the Quietest Moments')
3. Hide In Your Shell ('Crime Of The Century') (“What will you gain / making our life a litle longer?”- minha favorita; a música que me fez gostar de Supertramp)
4. You Make Me Love You (do solo 'Hai Hai')
5. Easy Does It ('Crisis? What Crisis')
6. Sister Moonshine ('Crisis? What Crisis')
7. Breakfast In America ('Breakfast In America')
8. A Soapbox Opera ('Crisis? What Crisis') (também é a minha favorita, a mais progressiva que Mr. Hodgson já fez; aliás, ele a apresentou como 'one of my favorite songs')
9. Logical Song ('Breakfast In America')
10. Along Came Mary (do solo 'Open The Door')
11. The More I Look (tb do 'Open The Door')
12. Don't Leave Me Now ('Famous Last Words')
13. Dreamer ('Crime Of The Century')
14. Fool's Overture ('Even in the Quietest Moments')
ENCORE
15. School ('Crime Of The Century'; um baixo devastador no trecho “Maybe I’m mistaken / expecting you to fight...”)
16. It's Raining Again ('Famous Last Words')

final: 01h15m