quarta-feira, 29 de agosto de 2012

It’s only Rock’n Roll, but I like it

Por muito tempo acreditei que nossa capacidade de se apaixonar por Bandas novas ficasse restrita a determinada faxa etária – digamos, entre 15 e 25 anos de idade por exemplo. É claro que me baseava em um universo amostral bastante restrito para chegar a tal conclusão: Eu, meus Amigos, Eu, meus Parentes e Eu. Afinal, é bastante comum a afirmação que “a música atual é uma porcaria”, qualquer que seja a idade de quem faça tal comentário. Assim, se quando tinha 16 anos eu ouvia T.Rex, Genesis, Alice Cooper, Emerson Lake & Palmer e Led Zeppelin, ouvia também comentários que “antigamente é que a Música era boa”. Hoje, já um ancião quase centenário, sou eu quem profere a mesma ladainha, sempre me referindo – como todos de minha geração – ao “maravilhoso panorama musical dos anos 70”.

Acontece que ao mostrar músicas que sempre adorei para pessoas que nunca as ouviram, tento empatizar como se eu fosse tal ouvinte noviço, considerando como eu mesmo analisaria aquela música se a estivesse ouvindo pela primeira vez. O resultado é desastroso! Tente por exemplo ouvir os quase 44 minutos de “Thick As A Brick” como se não a conhecesse: é insuportável!

De vez em quando alguém me apresenta um som que gosta desde seu passado, e que eu ainda não conheço: Def Leppard, Judas Priest, etc. O Amigo está sempre entusiasmado, mas eu... acho um puta porre! Que som adolescente! E fico pensando que o cara só gosta deste som porque aprendeu a curtí-lo quando tinha seus 18 anos.

Isto justificaria o porquê de coisas como rap, funk, sertanejo e quetais conseguirem fazer sucesso atualmente, apesar de serem intragáveis. Se deve ao fato do ouvinte ter a cabeça virgem do adolescente musical, aberto para tudo, terreno em que se plantando tudo dá.

No entanto, recentemente dois fatos vieram a modificar esta minha hipótese. Primeiro foi a descoberta do RAMMSTEIN, Banda de Metal alemã com base Progressiva que me encantou e de quem vim a gostar de TODOS os discos, como se eu fosse um adolescente. Fui aos shows, comprei os vídeos, e até voltei a estudar alemão; matusalém reborn.

Mas o golpe de misericórdia na teoria foi o disco de 2012 “Tits’n Ass”, do GOLDEN EARRING. Como já aconteceu com dezenas de álbuns que vim a amar, eu o ouvi as primeiras vezes com bastante distanciamento. Foi apenas quando escutava o disco pela 6ª vez que vim a entender que se trata de Uma Verdadeira Obra Prima!!! E um raio me abriu a cabeça: não é que na adolescência nós tivéssemos a cabeça mais aberta musicalmente; ocorre que naquela época nós ouvíamos um disco diversas vezes antes de chegar a um veredicto sobre ele. Nós comprávamos discos, e os ouvíamos! Mas com o passar do Tempo e com a idade, já maduros, experientes, impacientes, reumáticos e enrijecidos, passamos a ouvir um disco novo apenas uma vez – ou ½ vez, se tanto – e então já o rotulamos, de  imediato, e em geral de forma negativa. Não nos aprofundamos, não descobrimos os detalhes, não nos envolvemos – e assim fica tudo sendo mesmo uma merda!

Somente dedicamos sete ou oito audições a um disco novo de um Banda que JÁ gostemos muito – uma daquelas que nos conquistou décadas atrás. E assim se cria o círculo vicioso: só gostamos hoje dos discos novos de quem já gostávamos antes!

Algumas sons eu demorei muito para compreender: passei quase 40 anos comprando discos e ouvindo o VAN DER GRAAF GENERATOR, para finalmente vir a me deliciar completamente com a Banda somente de 2010 para cá. É inimaginável que atualmente eu fosse dedicar 40 anos a uma Banda que eu não entenda...

Uma exceção honrosa a este tipo de comportamento é Mamãe: ela sempre ouviu e curtiu coisas novas com muito mais abertura do que eu. Foi a Miami assistir a um show “No Security” dos STONES (sem seguranças entre a platéia e a Banda); foi ao Maracanã assistir o PRINCE na Pista; e algumas outras peripécias definitivamente impublicáveis.

Ou talvez eu esteja errado: o som atual é mesmo uma titica. E mesmo com 50 anos de estrada, o GOLDEN EARRING é uma exceção fenomenal!





(ago/2012)

domingo, 18 de março de 2012

Ricota gosta de Picanha

No final dos anos 70 os muros do Rio ficaram cobertos por um grafite que proclamava: “Celacanto provoca Maremoto!”. Era grafado sempre da mesma forma, e em locais estratégicos da cidade. Foi um mistério que perdurou por muito tempo, mas cuja origem era evidente para quem assisitiu National Kid nos anos 60. Mas isto já é uma outra história.

Eles se conheceram no trabalho em São Paulo no início dos anos 90, e ficaram Amigos. Um era carioca e tinha estudado na PUC-RJ, onde a história do Celacanto era tremendamente famosa. O outro era paulista. Com o passar do tempo, o carioca notou que o paulista fazia bastante sucesso com as Mulheres, e um dia lhe perguntou qual era a causa.
- “É simples”, respondeu o Amigo. “Quando tomo banho eu não lavo bem o pau, e fica um pouco daquela sujeirinha – aquele ‘queijinho’ – em volta da cabeça do animal. E mulher adora isto, daí o meu sucesso!”

Ao ouvir tal explicação, o carioca imediatamente apelidou o don juan paulista de ‘Ricota’.

Mais alguns meses, e nova observação: o questionador observou que Ricota usualmente se fazia acompanhar por Senhoritas mais... “fornidas”, e novamente foi questionar seu Amigo.
- “É, eu gosto de carne com uma gordurinha!”, retrucou o outro. (Anos depois o questionador ouviria esta frase em outra forma: “mulher boa é aquela que enche a cama!”, aparentemente um ditado com origem nas arábias.)

Imediatamente foi cunhada a expressão “Ricota gosta de Picanha!”, que passou a ser espalhada pela Empresa onde os dois trabalhavam. Papéis com a frase no mesmo formato do “Celacanto” original apareceram por todo lado. Mas como muitos anos haviam passado, a cidade era outra e a nova frase nada tinha a ver com a original, evidentemente ninguém entendeu nada. E aquilo se tornou uma “private joke” entre os dois.



Esta lembrança é uma homenagem ao Amigo que, passadas duas décadas, continua barbarizando com as Picanhas. Pelo jeito, a ricota continua fazendo sucesso!


(mar/2012)

terça-feira, 13 de março de 2012

O Italianinho Abusado

"Visto que sou um respeitável Pai de família, utilizarei aqui um cognome: podem me chamar de "Italianinho".

No último final de semana passei uma agradabilíssima noite na companhia de um Amigo que mora em São Paulo e de seu Irmão que tinha vindo do Rio de Janeiro para um show no dia seguinte. Depois de tomar todas, me despedi já tarde da noite e desci para pegar o carro. Lá chegando, notei que havia esquecido a carteira e o celular, e retornei para apanhá-los. Toquei a campainha do apartamento e tive um choque quando a porta se abriu: meu Amigo já havia se recolhido, mas seu Irmão atendeu vestindo apenas uma cueca slip. Seu peito peludo me causou um arrepio que correu do cangote ao esfíncter, e me ocorreu que até o momento não havia me dado conta que a separação o deixou mais viril, mais másculo, mais... interessante!

A cueca não ocultava o membro volumoso, certamente avantajado em função dos recentes e constantes exercícios com as bronzeadas gatinhas cariocas, pensei eu com uma pontinha de inveja (delas).

Ele estava arrumando o sofá-cama, e candidamente me ofereci para ajudá-lo, o que ele aceitou de pronto - e até com um sorrisinho safado. Peguei uma ponta do lençol e ele pegou a outra, e o jogamos sobre o estrado. Não havia colchão, reparei, o que me fez crer que, além de se exercitar nas artes do sexo, ele também vinha flertando com as ciências iogues. A cada vez que nossos corpos se curvavam eu sentia o que para mim eram incômodas novidades: uma intumescência no pau, uma incontrolável vontade de jogá-lo de bruços sobre os lençóis mal arrumados, a carótida pulsante. Quando num descuido deliberado nossos braços se roçaram, senti a eletricidade no ar. Ele se aprumou, aproximou-se e, no exato momento em que colocava a vara para fora, o Amigo que mora em São Paulo, não sei se em busca de água ou ávido por sucos mais viscosos, chegou à sala. Notei com certa surpresa que usava um corpete de couro, e trazia um chicotinho de vinil preto, além de uma prótese lingual de Gene Simmons que ele colocava intermitentemente para fora, como uma cobra sibilante pronta para o bote.

Eu e o irmão que tinha vindo do Rio congelamos, enquanto o Amigo que mora em São Paulo começou uma dança de sensualidade exacerbada e gosto mais do que duvidoso. O cabo do chicotinho ele usava para, em movimentos lentos, circulares e penetrantes, alargar seu orifício, totalmente exposto pelo corpete que, embora fechado no períneo, era vazado no cu, além de permitir que a pica crescesse à vontade sob uma camisinha preta acoplada. À medida que o chicote sumia dentro do Amigo que mora em São Paulo, a pica plástica se inflava.

O constrangimento seguia nos paralisando, quando a porta principal se abriu, de sopetão. A esposa do Amigo que mora em São Paulo chegava do passeio noturno com seu cão galgo. Atônito, o irmão que tinha vindo do Rio tentou se explicar, mas só o que se ouvia eram balbucios. O cão, se excitou, e a esposa ainda teve tempo de se lembrar que deveria levá-lo logo para ser castrado antes de desmaiar. O Amigo que mora em São Paulo correu para acudi-la, e tentava reanimá-la, de bruços, quando o galgo montou em seu cangote e introduziu sua fina, longa e rosada benga no lasseado buraco do marido de sua dona.

Foi quando o black-out ocorreu, e dali pra frente, só posso afirmar que as coisas ficaram muito, muito confusas."