Mostrando postagens com marcador show. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador show. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

sábado, 30 de agosto de 2014

É uma brasa, mora!

Para quem não se cansa de ouvir o mesmo setlist desde a Jovem Guarda, uma boa notícia!


segunda-feira, 31 de março de 2014

Sunk Cost

Tenho certeza de que os Amigos que já adquiriram ingressos para o LOLLAPALOOZA 2014, todos fulgurantes Executivos, estão familiarizados com a expressão "sunk costs", que se refere a gastos já efetivados e cujos montantes não voltam mais, aconteça o que acontecer. Assim, ao se avaliar a continuidade de um investimento, o que já foi expendido simplesmente já era, e não deve ser emocionalmente considerado na decisão de continuidade do mesmo investimento.

Isto posto, passemos ao LOLLAPALOOZA. Sei que alguns já gastaram R$290 em ingressos; isto é o "sunk cost". Analisemos agora se vale a pena insistir no investimento:
  • Vai estar lotado.
  • Vai chover.
  • É em Interlagos, ou seja: para quem mora na distância que moramos, é na putaquepariu.
  • Já vimos praticamente todos os shows (eu, ao menos, já vi).
  • Vai passar na televisão, e com ótima qualidade (e com cenas backstage e entrevistas com os Músicos).
  • As apresentadoras do MULTISHOW estão usando roupitchas cada vez mais caprichadas.
  • Em casa temos banheiros limpos e desimpedidos.
  • Em casa temos rangos gostosos e sem fila.
  • Em casa temos champanhe gelada, vodka congelada, e cerveja holandesa.

Em outras palavras... que tal RASGAR os ingressos, e assistirmos todos juntos?

Desapega - desapega - desapega!

O dinheiro já foi embora, mesmo! Now let's be happy!

(E ainda podemos seguir para o tradicional cheese’n’shake ao final do evento, e pegar as hamburguerias vazias antes da chegada dos enlameados!)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Velvet Goldmine

(01/fev/2000)

Temos a oportunidade de assistir a duas horas de aula de História recente ao som de uma requintada trilha sonora: "Velvet Goldmine" está em exibição em um restritíssimo circuito de cinemas.

Trata-se da história romanceada de algumas figuras cruciais do "glam rock" andrógino do início dos anos 70, focando o então genial David Bowie e o vulcão permanentemente ativo Iggy Stooge (hoje "Pop"). Um terceiro personagem engloba o que seria Andy Warhol com um "molho" de Marc Bolan e Brian Ferry.

A caracterização de Bowie é perfeita, mas a performance de palco de Ewan McGregor como Iggy é absolutamente antológica. Ele já arrasara em "Star Wars - Episode I", e não fosse eu um limitado heterosexual, já estaria apaixonado pelo cabra. Seu mise-en-scène executando "TV Eye" é puro Iggy nas veias, e ali vemos o nascimento do rock mais visceral do planeta. Quem acha que existe criatividade na música / performance atuais precisa ver Bowie de joelhos no palco frente a Mick Ronson, agarrando-o pela bunda e chupando louca e desenfreadamente sua guitarra em uma das mais célebres cenas da história do Rock, aqui reproduzida à perfeição.

Estas duas seqüências já valeriam o filme inteiro, mas também a trilha sonora é primorosa: 3 músicas do primeiro disco do Roxy Music (incluindo "Ladytron" e "Virginia Plain"), 3 do primeiro Brian Eno (com uma longuíssima sessão da alucinógena "Baby's on Fire"), 3 do T. Rex (uma incendiária versão da incendiária "20th Century Boy"), "Satellite of Love" do chatinho Lou Reed; "Gimme Danger" e a já citada "TV Eye" de Iggy, e muitos etcs, em versões originais e/ou regravações à altura - ou ainda mais altas.

Não se deixe levar por minhas palavras, no entanto. O filme chega a ser boring, e meu entusiasmo se deve à trilha sonora formada por puro delicatessen. Para pesquisadores, apreciadores, dinossauros e alucinados, trata-se de uma película obrigatória (com no mínimo algumas cervejas na mochila); mas para quem está satisfeito e acredita que acontece alguma coisa inteligente no panorama musical atual, é preferível se manter na felicidade da ignorância e continuar achando que existe alguma espécie de vida neste limbo povoado por zumbis...

Belíssima dica, Mr. Martinelli.

Saudações at the loudest volume!

domingo, 28 de novembro de 2010

Aqui tem Amor para Todos

Em 1999 fui com vários Rockers assistir ao show do KISS no Autódromo de Interlagos. A expectativa era enorme, mas o vexame foi maior ainda. De volta às máscaras após frutífero período como uma legítima banda de Heavy Metal, o KISS espremeu ainda mais a laranja dos velhos (e, reconheço, excelentes) sucessos com uma performance circense que não estava à altura. Até hoje tenho os óculos 3D daquele show; mas até hoje guardo a impressão que a bateria de Peter Criss era suspensa durante o solo para que ele não fosse apedrejado...

A curiosidade ficou por conta da Banda de abertura, o desconhecido RAMMSTEIN da Alemanha. Um heavy metal indescritível, ficamos pasmos e atônitos com a performance sado-couro-homo-labredas da Banda. E durante anos aquela noite foi motivo de chacota em uma 'private joke' entre nós que lá estivemos.

Passados 11 anos, o RAMMSTEIN está de volta ao Brasil, de volta a São Paulo para duas noites no VIA FUNCHAL nos dias 30/nov e 01/dez. Nos últimos dois meses aprendi a admirá-los a ponto de ter comprado TODOS os cds e dvds do grupo. Considero-os A Melhor Banda em atividade, lançando ótimos discos, com um enorme respeito pelos Fãs e apresentando um show excepcional - além, é claro, de música "headbanger" da mais alta qualidade.

A excursão se baseia no disco "Liebe Ist Für Alle Da" (LIFAD) de 2009, ou "Aqui Tem Amor Para Todos" em uma tradução bastante liberal e pessoal. Tocam 8 das 11 músicas do último disco (todos os discos do RAMMSTEIN têm 11 músicas), que é como acredito que deva se comportar uma Banda que se orgulha do material que lança.


Apresento e comento a seguir o setlist do show no Chile, que iniciou a excurão pela Südamerika no dia 25/nov. Caso queira verificar a performance, anexo um ou outro link - mas recomendo som de boa qualidade nas caixas, com reforço nos graves.

1. Rammlied ("Canção Ramm"; LIFAD 2009)
Várias músicas deles têm a palavra "Rammstein". Abertura do disco, e um excelente gig-opener. Certamente o VIA FUNCHAL irá abaixo, com minhas lágrimas descendo junto.
2. B******** (LIFAD 2009)
Palavra inventada. Uma das possíveis interpretações seria "Letra" (do alfabeto), o que neste caso geraria a tradução "L****".
3. Waidmanns Heil ("Saudação do Caçador", LIFAD 2009)Ou seja, a abertura do show é com 3 músicas do novo disco. O R+ não é como diversas Bandas que vivem de glórias passadas e que lançam discos novos somente como pretexto para mais uma excursão... para tocar toda aquela josta antiga uma vez mais!
4. Keine Lust ("Sem Tesão"; Reise Reise 2004)
Um dos melhores clips de todos os tempos. Foi indicado para MTV Europe Video Awards em 2005, e é descrito pela banda como "reflete nossa vontade de tocar, fora de todo o circo; algum dia no futuro vamos nos reencontrar apenas para fazer música juntos". O divertidíssimo, crítico e genial clip está em HD em:
http://www.youtube.com/watch?v=ytRQjrP4A0s
5. Weisses Fleisch ("Carne Branca"; Herzeleid 1995)
6. Feuer Frei! ("Abrir Fogo!"; Mutter, 2001)
7. Wiener Blut ("Sangue Vienense", LIFAD 2009)
8. Frühling in Paris ("Primavera em Paris", LIFAD 2009)
Inclui trecho de "Non, je ne regrette rien", gravada por Edith Piaf.
9. Mein Teil ("Meu Pedaço"; Reise Reise 2004)
Baseada em história real de homem que colocou anúncio na internet, conheceu uma garota, seduziu-a, matou e canibalizou. "Você é o que você come... este pedaço é meu!" Trouxeram para a Südamerika a encenação de palco original, com o vocalista Till vestido de açougueiro, microfone-facão e um enorme caldeirão cozinhando Flake, o tecladista - contra quem ele dispara um lança-chamas. Pessoalmente considero uma performance visual excessivamente "Mamonas".
10. Du Riechst So Gut ("Você cheira tão bem"; Herzeleid 1995)
11. Benzin ("Gasolina"; Rosenrot 2005)
"Eu não preciso de amigos, nem de cocaína / não preciso de médico e nem de medicina / não quero uma mulher, só quero vaselina / me dê nitroglicerina, eu quero gasolina!". Incendiária! Uma boa oportunidade para conhecer a movimentação "Tillhammer" do vocalista está em:
http://www.youtube.com/watch?v=ccu21wGUSgU
12. Links 2 3 4 ("Esquerda 2 3 4")O antológico clip das formigas headbangers. O nome se refere a um hino de marcha militar. O número 2 (zwei) é aqui pronuncido em sua forma arcaica "zwo" (danke shön, Herr Potamus!); alemães costumam usar a pronúncia zwo ao telefone para não confundir zwei (2) com drei (3). Música com resposta gritada da platéia enlouquecida. Em:
http://www.youtube.com/watch?v=_sIxD_hyx1I
13. Du Hast (Sehnsucht, 1997)
A tradução dos trocadilhos contidos na letra seria longa demais para este espaço; pesquise! O próprio nome da música soa como "You Have", mas se pronuncia "You Hate" (du hasst).Por muito tempo acreditei que "Sweet Child O' Mine" seria o último grande clássico gravado na história do Rock. Mas Du Hast é irresistível, a "Bohemina Raphsody" do R+. Para ouvir ao vivo chorando emocionado, e depois poder dizer: - "Eu vi "Du Hast" ao vivo!".
http://www.youtube.com/watch?v=7I7gUmq2E3w&playnext=1&list=PLAE34AE5CD16D7BF1&index=23
Por incrível que pareça esta é a única música que tocam daquele que é (merecidamente) reconhecido como o melhor álbum do R+, "Sehnsucht".
14. Pussy (se você não sabe o que é, não sou eu quem vai explicar!; LIFAD 2009)
Sobre turismo sexual. "One size fits all"! Utilizam várias palavras alemãs de conhecimento geral, para ressaltar os clichês das cantadas (Merzedes-Benz und Autobahn, Blitzkrieg, Schnaps, Kopf, Bratwurst, Sauerkraut). O clip é completamente pornográfico, hardcore sem pudor, e quando o vi pela primeira vez estava com Papai & Mamãe! Quando acabou a execução explícita ficamos em silêncio por alguns segundos, até que Papai comentou:
- "É... Não faltou nada!"
A versão disponível no You Tube é censurada: as cenas de sexo explícito - que são muitas - estão fora de foco. A única opção para ver o original está no site onde a música foi lançada, em:
http://www.thegauntlet.com/)
15. Sonne ("Sol"; Mutter 2001)
16. Haifisch ("Tubarão", LIFAD 2009)
Refrão baseado na música ("Mack the Knife") da ópera "Die Dreigroschenoper" (The Threepenny Opera) de Bertolt Brecht e Kurt Weill.
17. Ich Will ("Eu Quero"; Mutter 2001)
Incendiadora de multidões. Vídeo imperdível no You Tube:
http://www.youtube.com/watch?v=b6I28pPgffA
18. Ich Tu Dir Weh ("Eu te machuco", LIFAD 2009)
Proibida na Alemanha, é um highlight do último disco.
19. Te Quiero Puta! ( Rosenrot 2005)
Brincadeira genial e irresistível. Cantada em espanhol com uma mulher gritando "ai, qué rico!" ao fundo enquanto Till canta "dáme, dáme tu calor", mistura rumba e hardcore e é um encerramento perfeiro para um show em Südamerika. Torçamos para que a executem também no Via Funchal.



O tecladista Flake não navega mais sobre a multidão em um bote salva-vidas ao final do show porque relata já ter se machucado muito fazendo isto, inclusive com ossos quebrados. (Uma idéia simples, um belíssimo momento de integração músico/platéia no encerramento do show em Berlin está em:
http://www.youtube.com/watch?v=j5cU_BEqS8Q)

Do Brasil seguem para NYC, onde se apresentam no Madison Square Garden no Dia do Engenheiro. O símbolo do show é a Estátua da Liberdade... segurando uma tocha em chamas!

Graças ao R+ estou querendo passar 2 meses em Berlin estudando Deutsch. E, claro, para tentar assistí-los Live Aus Berlin.

Sempre fui extremamente exigente com Música, e há muitos anos não me entusiasmava tanto com uma Banda. Se você tiver a oportunidade de comparecer, asseguro que não vai se arrepender. É claro que é necessário ter bom humor, mas isto é necessário para curtir qualquer coisa na vida. Será fácil me localizar nos shows: um grisalho com camisa da seleção alemã. Ich hoffe dich da zu sehen!

(nov/2010)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Chan Marshall rules!

SHOW IMPECÁVEL EM SAMPA

Cat Power é “one of a kind”. Realizou um show irretocável e surpreendente.

Eu estava com muito medo de ter que aguentar um show lento e introspectivo por duas horas, mas a surpresa foi a capacidade que ela tem para usar aquela voz impressionante e manter um clima de atenção constante. Dá para dizer, inclusive, que ela mantém um clima de tensão constante porque leva as músicas de uma forma que eu fiquei com a impressão que algo grande e devastador estava na iminência de acontecer. Ela é contida, emotiva e canta de forma única, como se falasse a letra, mas sabendo exatamente as notas que tem que ser acertadas na cabeça para dar sentido e intensidade à interpretação.

Não só cantou versões muito pessoais de músicas como “House of The Rising Sun”, “Sea of Love”, “New York”, como conseguiu fazer interpretações renovadas de suas próprias e manjadas (pelos indies, pelo menos) canções, como “The Greatest”, “Moon” e “Lived In Bars”. Nessa última, ela mudou o andamento do final da música e a banda acompanhou, terminando uma canção estilo Tom Waits numa virada improvisada muito para cima. Falando em andamento, a noção de ritmo que ela tem é absurda. Ela se move para a frente e para trás o tempo todo marcando o ritmo enquanto canta lentamente, levando tempo para transmitir cada sílaba.

A banda Dirty Delta Blues foi um caso à parte. Vale buscar outras coisas deles. Não só trouxeram texturas e viagens fantásticas como sabiam se conter sob a voz dela e pirar no momento certo para compor o clima necessário e crescer a execução das músicas.

No final da última música ela explodiu em uma alegria de dever cumprido, distribuindo rosas brancas para os que se aglomeraram na beira do palco, cumprimentando e dando autógrafos, bem diferente da moça arisca que ficou fugindo dos holofotes durante o show, como se quisesse esconder, no escuro, o próprio sentimento que transmitia.

André - 23/07/2009

Radiohead no Brasil

Mr Guedes(s), Mr Martinelli e demais seguidores, como debut neste prestigioso blog, vou recapitular minhas experiências no show do Radiohead, que rolou em março de 2009.

Caros,

A despeito das tentativas muito eloqüentes de Mr. Guedes para me convencer a não ir ao Radiohead, fui.

Ainda estou sob efeito da viagem, mas posso dizer que está entre os melhores shows que já presenciei. Mesmo confessando não conhecer uns 70% do que eles tocaram. Tenho Pablo Honey, The Bends (meu preferido), OK Computer, Kid A e Hail to the Thief e, mesmo assim, não conhecia a maior parte das músicas. Talvez seja porque eu tenha uma dificuldade de entender o som e encaixar em alguma coisa conhecida. Eles são naturalmente desencaixados e mesmo assim já venderam muito disco.Mas eu estava só na minha ignorância porque o público cantou o show inteiro.

Antes de falar da música, há de se fazer um preâmbulo sobre palco. Simplesmente fantástico, com tubos luminosos gigantescos pendendo sobre a banda que simulavam texturas, chuva, velas e sei lá mais o que. Além disso, os telões mostravam ângulos completamente estranhos da banda: pés pisando em pedaleiras, microfones solitários nos quais uma cabeça surgia de quando em vez, braços de guitarra. Não era um telão para acompanhar o show caso você não tivesse boa visibilidade do palco. E falando em visibilidade, cheguei à conclusão que a geração que curte Radiohead é uns 10 cm maior do que a geração que ouve Stones, dada a dificuldade para enxergar o palco.

No quesito música, eles surpreendem muito. As músicas soam muito melhor ao vivo do que em estúdio. Os caras realmente tocam bem. Fiquei muito impressionado com a pegada do baixo e bateria, extremamente coesos e consistentes. Infelizmente fiquei muito longe do Jonny Greenwood, um dos esquisitões da banda, o cara que ganhou o Urso de Ouro pela trilha sonora do filme “Sangue Negro”. O cara consegue se divide entre a guitarra, de onde consegue passar de um solo fantástico e etéreo a um barulho infernal em segundos, e uma mesa e pedaleiras cheias de efeitos. No fim do show o cara sampleou a própria banda e fez algo como um remix, ali, sentado no chão do palco. Ele é o cara que realmente consegue dar forma para o som da banda, consegue transformar as viagens e os miados de Thom em algo musicável.

O vocalista, líder e vencedor por vários anos seguidos do título de vocalista mais estranho do mundo, Thom Yorke, fez o que se esperava dele. Foi esquisito prá cacete! Cantou sofrido, fez caretas, ajoelhou-se para agradecer a platéia brasileira e tocou pulando pelo palco. Mas também conseguiu criar climas fantásticos, trazer interpretações novas para músicas já manjadas. É realmente impressionante ver em determinados momentos 30.000 pessoas em silêncio reverente, de boca aberta, marmanjos chorando... Mas fiquei com a impressão que o cara se acha o melhor do mundo. Ou melhor, ele não se acha, ele tem certeza!

Grandes momentos – “Paranoid Android”, “Karma Police” (30.000 pessoas embevecidas cantando “I lost myself” como se a melancolia fosse a coisa mais bonita do mundo), “Fake Plastic Trees” e, é claro “Creep”.

Kraftwerk valeu pelo lado antropológico. Chato prá cacete, música dançante feita prá dormir. Ok (computer), eu não gosto de música de computador mesmo!

Acho que é isso.

Abraço a todos.

André (23/mar/2009)